Beholders a solta

Uma aventura que ocorre após a exploração de um velho forte de Anões.

Notas ao mestre:

  • Prepare os mistérios livremente, mas minhas sugestões de mapas e monstros estão neste documento.
  • Esta aventura tem uma segunda parte, “Os Sonhadores de Ulm”.

Misterios:

  • Sala com um grande rosto esculpido na parede, olhando para uma inscrição em élfico que diz “me mostre apenas luz”. Para abrir a porta os PDJ’s devem encobrir a inscrição deixando apenas a palavra luz visível. Nesta sala, após um determinado tempo se passar, estátuas começam a se movimentar e atacar os PDJ’s.
  • Sala com magia que oculta porções dela. Existem 3 alavancas que só podem ser utilizadas uma vez cada, ao puxar uma delas a sala brevemente mostra suas partes ocultas. Cada parte oculta tem um esqueleto arqueiro em cima de uma torre. Os PDJ’s devem memorizar a posição da torre e do esqueleto. Existem também porções da sala que tem buracos de 3m de profundidade.
  • O layout do mapa forma a sequência de passos para passar pela armadilha de placas de pressão.
  • Corredor com armadilha de placas de pressão, deve atravessar esse corredor pisando nas placas corretas. Após uma certa quantidade de tempo, pedaços do chão começam a sumir e se movimentar exige testes de acrobacia para saltar os buracos, a queda resulta em alguma penalidade.
  • Sala com gárgulas, sala com gorgon.
  • Salão dos Puros contendo um túmulo do líder dos guerreiros de Ulm. Abrindo o túmulo existe uma gema e um cetro separados. Ao colocar a gema no cetro é possível invocar apenas uma vez os guerreiros de Ulm.

Contexto:

Os beholders que estavam no forte de merfaullakill se irritaram com a passagem aberta para seu covil. Agora um grupo de 6 beholders ataca o povo de Topas, principalmente a noite, transformando todos que encontram em pedra. Os PDJ’s começam a reparar nas estranhas estátuas que vem aparecendo nos arredores de Topas até que um dia a cidade testemunha o ataque dos beholders. 15 civis transformados em pedra no centro da cidade logo ao anoitecer. Muitos moradores se convertem para o culto liderado por Golan, um sábio que há algum tempo já vinha predizendo o ataque dos beholders. Golan tem informações sobre como derrotar esses beholders e os PDJ’s ou vão até ele, ou são solicitados pelos moradores desesperados a irem falar com ele.

Golan revela que tem algumas intuições de tempos em tempos sobre acontecimentos futuros, ele conta sobre como previu a queda do forte de merfaullakill e como isso só resultaria em beholders estressados. Golan conta também sobre os guerreiros de Ulm, nobres guerreiros que um dia habitaram este planeta mas que por sua coragem, honra e bravura extremas, transcederam para a cidade mítica de Kadath. Reza a lenda que “No templo de Ulm, os guerreiros mortos esperam sonhando”. Golan revela aos PDJ’s a suposta localização do templo de Ulm e conta que existe uma lenda sobre uma forma de invocá-los para lutar contra qualquer mal que caia sobre a terra.

O templo é fortemente cobiçado por criaturas malignas que esperam uma oportunidade de destruir os Guerreiros. Chegando perto do templo os jogadores são atacados por um grupo de ghouls e esqueletos. Ao entrar no templo um Efreeti, Gaal, começa a seguir os jogadores sem que eles percebam, ele trava a batalha final no Salão dos Puros. Caso os PDJ’s fiquem muito tempo em uma sala de mistério, Gaal os ajuda secretamente, sem revelar sua presença.

Gaal precisa que os PDJ’s peguem o cetro pois são criaturas deste mundo, e uma barreira contra criaturas mágicas foi conjurada sobre o túmulo de Eto Demerzel.

O templo é guardado por diversas armadilhas, esqueletos, gárgulas e estátuas animadas.

História de Ulm:

Um grupo pequeno de guerreiros, há muitos e muitos anos atrás, defendia uma pequena vila chamada Ulm. Era uma vila pacífica, atacada apenas por lobos, ratos atrozes e eventuais ursos-corujas. Um dia um morador da vila de Ulm, Trevize, começou a ter sonhos estranhos, vivídos demais para serem sonhos comuns. Sonhos sobre lugares fantásticos e deslumbrantes. Trevize se tornou uma espécie de celebridade. Começou simplesmente contando o primeiro de seus incríveis sonhos para seu irmão, depois a história do sonho surgiu em uma conversa no Ogro Deitado, e mais algumas vezes na celebração do solstício e na festa de Daneel. Com o passar do tempo, trevize se descobriu um ótimo contador de sonhos, e as pessoas vinham de vilas tão distantes quanto Dobbin para escutá-lo. Mas depois de algum tempo algo muito estranho acometeu Trevize. Já não contava mais sonhos como antes, e estava cada vez mais recluso. Mas Trevize não foi o único. Yulia, Prital, Nazime, Oethi e Ihatb começaram a relatar sonhos estranhos as vezes, seguidos de episódios onde acordavam vagueando nos arredores do pântano a leste de Ulm. Naggob dizia que Trevize e os outros foram amaldiçoados por alguém maligno e pediu aos guerreiros de Ulm que investigasse. Trevize lhes contou que estava sonhando cada vez mais frequentemente com a mesma porta ciclópica em baixo de montanhas esculpidas por aqueles que vieram antes de nós. Em um ato de enorme bravura os Guerreiros, liderados por Eto Demerzel, partiram então em uma busca pela tal porta, na esperança de que encontrassem aquele que vinham causando ruína a Ulm. 2 Anos de viagem se passaram e na aldeia ninguém sabia o que havia acontecido com seus tão queridos Guerreiros de Ulm, mas na sétima lua de primavera, Trevize, Yulia, Prital, Nazime, Oethi e Ihatb dormiram para nunca mais acordar. Seus túmulos serão guardados eternamente, na esperança de que um dia acordem.

História dos Guerreiros de Ulm:

Pouco se sabe sobre os bravos guerreiros de Ulm após sua saída de Ulm. O pouco que se sabe foi encontrado escrito em manuscritos que os Guerreiros provavelmente perderam durante sua jornada. Os seguintes trechos são os manuscritos encontrados por aqueles que foram em busca dos nobres Guerreiros.

Diário de Zir:

Estamos viajando há duas luas e todos sentem uma estranha presença pairando sobre nós. Mantnum e Pelorat tiveram sonhos com o caminho da tal pedra e parece que não estão em seus melhores dias desde então.

Diário de Mantnum:

Hoje sonhei com a maldita porta. Rezo para que minha memória misericordiosamente se esqueça desse sonho ominoso mas Eto pediu que eu o registrasse. O estranho é que tão vívido foi tal sonho que me faltam palavras para registrá-lo. A maldita porta ciclópica escavada em montanhas distorcidas é tudo que posso descrever. Além disso, temo pela sanidade de meus companheiros caso registre em muitos detalhes aquela maldita porta.

Diário de Pelorat:

Ontem foi Mantnum e hoje eu. Também sonhei com a tal porta e as montanhas esculpidas por aqueles que vieram antes de nós. Maldito Eto Demerzel, ser nenhum deveria ser forçado a lembrar aquele sonho detestável, pior ainda escrevê-lo. Só posso dizer que agora sinto que estamos chegando mais perto da porta, parece que algo nos chama. Eu vi o caminho para a porta, mas foi tudo um sonho claro. Não tenho medo mas aquele sonho me deixou pensativo. Precisamos eliminar o que for que está causando isto.

Diário de Eto Demerzel:

Já fazem 14 luas que estamos em busca de alguma entidade maligna, algum feiticeiro ou alguém que possa ser capaz de amaldiçoar tantas pessoas. Alguns de meus homens estão levemente abalados, sentimos que estamos perto de algo, alguma magia assombra os céus por aqui. Mas fui abençoado por Naggob e carrego o símbolo dos anciões, nada pode nos abalar. … Parece que chegamos, as montanhas aqui são assustadoras, e não é possível descrever exatamente o por quê. O símbolo dos anciões tem nos dado força, agora cada um de nós o tem tatuado no peito. Estamos protegidos mas algo maligno tenta nos iludir e minar nossas forças. Amanhã abriremos a tal porta. Estamos assustados, mas os Guerreiros de Ulm jamais cairão.

Fim dos trechos encontrados.

Pergaminho encontrado no templo de Ulm:

Nós somos os Guerreiros de Ulm, aqueles que purgaram o mal inominável que habitava os abismos das ominosas montanhas esculpidas. Construímos este templo pois dormiremos mortos no esplendor de Kadath. Fomos reconhecidos e ganhamos nosso lugar no mundo onírico. Nós frequentemente visitamos Kadath, mas logo a cidade magnífica será nosso lar, e nossas visitas serão a este mundo. Os Grandes Guerreiros de Ulm existem na eterna honra, e deverão atender qualquer chamado feito pela Pedra e Cetro. Mas cuidado visitante, pois este não é um templo comum. Assim como nós, ele existe parte neste mundo e parte no mundo onírico, e uma vez que somos chamados, devemos mudar o local de nosso eterno descanso, pois aquele mal que purgamos anos atrás aguarda sua vingança, e devemos tomar precauções.